13/11 - Paris
Como nenhuma viagem para a Europa é realmente completa sem ser maltratado por alguns parisienses, e também porque não tinha jeito mesmo e a conexão só sai amanhã, resolvemos dar aquela passadinha relâmpago por aqui. Com o avião chegando às duas da tarde, e então tendo apenas o resto do dia pra fazer o que fosse possível, inclusive chegar ao centro da cidade, o que leva mais ou menos o que o avião levou pra chegar do cu da Escócia ao subúrbio de Paris.
Antes de embarcar em Aberdeen, tudo pára por dois minutos, para fazer uma homenagem oficial aos mortos na guerra ou qualquer coisa assim. Desde ontem os dois minutos de silêncio já vinham sendo anunciados cá e acolá. É assim mesmo que se faz, coleguinhas! Sempre que a gente se sentir absolutamente impotente, insignificante, desprezível, inútil e puto da vida com a condição humana e com o fato de existirmos e sermos todos doentes desta patologia crônica chamada vida, basta eleger um pretexto qualquer, fazer uns minutinhos de silêncio, e já podemos nos sentir mais dignos, donos de nossos destinos, menos contingentes vítimas passivas de nossa natureza, olhar no espelho e dizer de peito cheio "nós fizemos alguma coisa!".
Isto posto, há algo contagiante no solene silêncio de um aeroporto cheio de gente calada e estática. E então dois minutos depois tudo acaba, todos começam novamente a rir, com a sensação de leveza do dever cumprido.
Depois do pouco tempo disponível ser desperdiçado na fila do passaporte, andando pelo aeroporto pra encontrar o local de tomar o busão e depois pegando quase duas horas de congestionamento dentro dele em plena tarde de domingo, aquela passadinha relâmpago noturna por Paris, mesmo assim com direito a ampla, geral e irrestrita caminhada sob um chão molhado de chuva da Nation à torre Eiffel, com pit stop em, sim, vocês acertaram, buffet de comida chinesa. O mais caro, pobrinho e pouco memorável.
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