31/10 - Galway
Navegar e explodir em pedacinhos é preciso. Viver não é preciso.
Ah, o acridoce sabor da vingança... Saber que neste momento alguns mililitros de minha urina habitam o tubo digestivo de nossos simpáticos co-hóspedes enche minha alma de leveza e meu espírito de contentamento. Só espero que o leite tenha sido de fato o deles, e não de outros que tenham também deixado suas comidas soltas na geladeira.
E mais uma vez, uns quatro quilômetros de mochila no lombo para chegar ao hotel, que no site de reservas parecia tão pertinho, em que pese o agradável bucolismo da paisagem no caminho.
E na Irlanda, ao contrário de em Gales, as coisas vem escritas em gaélico primeiro, e em inglês embaixo. Achei que teria dificuldade com o sotaque deles, mas não tem sido o caso, por enquanto.
E hoje é dia de passar a noite dentro do busão noturno para a Irlanda, para economizar uma noite de hotel e não perder um dia inteiro com a bunda sentada numa poltrona de ônibus (e ter que pagar o hotel depois, só pra dormir). O problema era o que fazer com um dia todo de mochilas nas costas, estas que engordam mais rápida e misteriosamente do que o meu abdome. E que foi resolvido espremendo a bagagem nuns armariozinhos de um museu na cidade, de tamanho originalmente pensado para comportar pequenas bolsas de mão ou itens avulsos. Meio como a piada do elefante que se casou com a formiguinha, que explodiu na noite de núpcias.
O que Canterbury tinha de pequenininha e transitável, Londres tem em enormidade. No mapa parecida pouquinho, mas na vida como ela é, a caminhada do rodoviária até o albergue tem 4 km, e com a mochila no lombo.
